27 de março de 2009

AÇÃO DESASTROSA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM.


A Prefeitura Municipal de Belém, através das secretarias de Urbanismo – SEURB, Secretaria de Economia – SECON e da Guarda Municipal de Belém – GBEL desenvolveram na quarta-feira, 25, em Icoaraci, uma Operação denominada Ordem Pública, para a retirada dos feirantes e camelôs que ocupam de forma desordenada a feira da 8 de Maio.
Como se sabe, esse distrito sofre com o descaso crônico do poder público; a feira da 8 de Maio, entre 8 e 12 horas, mais parece um formigueiro humano, barracas ajuntadas por todos os cantos, pessoas vendem de remédios a peças de bicicletas usadas, tudo no meio da rua. Eu moro há 22 anos nesta área e sou testemunha de que o consumidor precisa disputar espaço com as bicicletas e agora com os moto-taxi, numa completa bagunça.
Em Icoaraci existem outras feiras, mas é na da 8 de Maio que gostamos de ir, a variedade de produtos é maior, logo a concentração de pessoas também.
Sou totalmente a favor ao reordenamento dessa feira, da retirada dos ambulantes da via pública, pois além de estarem em locais inadequados para a venda, essa confusão toda de pessoas, barracas, carrinhos de lanches e outros favorece a ação dos criminosos, que aproveitam a situação para cometer seus delitos e depois desaparecer no meio de pessoas e becos que acabam se formando.
Também já observei em várias situações a existência de uma grande quantidade de casos de prostituição infantil e trabalho infantil na área, colocando em risco crianças e adolescentes que transitam por lá, comprando ou até mesmo vendendo e sendo aliciadas sobre a vista de todos, inclusive muitas vezes com a presença de guardas municipais e policiais militares que fingem nada ver, possivelmente em troca de propinas.
Será necessário não só o ordenamento do espaço, mas também um trabalho desenvolvido em conjunto para se descobrir a rede de prostituição infantil que toma conta do lugar, envolvendo empresários, feirantes e tantas outras pessoas que participam dessa ação criminosa.
Todavia, toda essa situação não justifica a ação desorganizada da PMB, que agiu com violência, inclusive atingindo pessoas inocentes e até crianças, mesmo diante da atitude de alguns feirantes que reagiram promovendo um grande tumulto.
Segundo a maioria dos feirantes, como eu mesma pude comprovar, havia uma negociação em curso para a retirada deles e a organização da feira, mas de repente a Prefeitura, como é de sua prática, agiu de forma arbitrária, desorganizada e irresponsável que nada tem a ver com ordem pública. Depois do circo armado, os órgãos municipais que estavam coordenando a ação desastrosa fugiram do local sem dar nenhuma satisfação ao povo.
Esta é a prática do prefeito Duciomar Costa, que manda fazer ações espalhafatosas e esquece-se de executar políticas públicas sérias e permanentes.
Quero lembrar aqui, que várias vezes durante suas campanhas eleitorais em Icoaraci, o prefeito defendia a permanência dessas pessoas, inclusive incentivando que os feirantes continuassem seu trabalho; agora, fora do período eleitoral, ele resolve de forma arbitrária desconsiderar o processo democrático que vinha sendo construído ao longo de quase um ano de negociação entre a organização dos feirantes a SECON, pois imagina que o povo tenha memória curta.
Enfim, a ação violenta da prefeitura não foi um ato de alguém preocupado com a organização estética da cidade. Talvez tenha sido muito mais uma resposta aos empresários da 8 de Maio que com certeza contribuíram financeiramente para a campanha do atual prefeito, que afirma assim seu desprezo diante da triste situação de tantos trabalhadores que tiram do comércio informal o suado sustento de suas famílias.

26 de março de 2009

O MUNCIPIO DE BELÉM ESTÁ VIVENDO UM CAOS?

A administração do Município de Belém está se transformando em um escândalo atrás do outro, em exemplo de total descaso por parte do Prefeito incompetente Duciomar Costa. Um prefeito que some enquanto a população perambula pelos postos de saúde sem conseguir um atendimento de qualidade, os dois Pronto Socorro, principalmente o da 14 de Março, está sem condições de funcionamento, com pessoas morrendo em filas de espera, sendo veiculado em rede nacional pelos principais meios de comunicação, sem que ninguém faça nada para resolver a situação, inclusive com mortes sendo gravadas e ainda tem Vereador que diz que a instalação da CPI da Saúde, não tem fundamentos.
O Ministério Público Federal não consegue entregar nas mãos do prefeito fujão um relatório que faz um diagnóstico de saúde no município. Servidores públicos municipais viram massa de manobra na mão do Prefeito e vão bater ponto na Câmara Municipal de Belém, na tentativa de tumultuar a sessão que supostamente iria apreciar um requerimento para a instalação da CPI da Saúde.
O Presidente da Câmara Municipal de Belém, também foge da referida sessão e no outro dia dar por arquivada a CPI da saúde, pois segundo ele não há motivo para a instalação, as dezenas de pessoas que morreram no Pronto Socorro da 14 de Março no último mês eram pobres, por isso viram somente estáticas, quem vai reclamar por um pobre coitado que morre por falta de atendimento médico?
Nesse cenário de total descaso com o município de Belém, pessoas continuam morrendo no Pronto Socorro da 14 de Março, outras tantas estão sem atendimentos médicos, enfim um verdadeiro caos está se instalando na cidade, estamos em um município sem administração, o Prefeito vem sem mostrando incompetente para administrar Belém, desde do seu primeiro mandato e só conseguiu se reeleger graças há um trabalho de marketing que foi feito e pago com recursos públicos.
O povo em seu governo está cada vez mais excluído de seus direitos básicos, sendo empurrado para marginalização, para a morte, O Prefeito Duciomar Costa só enriquece do dia para noite, à custa dos desvios de dinheiro público, na maior cara de pau, como é de seu costume.
Faz-se necessário um movimento de toda a sociedade para que possamos retirar esse cidadão da Prefeitura de Belém, não podemos esperar mais dois anos para que ele saia, já temos elementos suficientes para pedir sua cassação.

24 de março de 2009

TRAIDORES DO POVO!

Uma verdadeira palhaçada que a maioria dos Vereadores que foram eleitos pelo povo, para representar o povo, tenha votado contra a CPI DA SAÚDE.
Segue abaixo os nomes dos TRAIDORES DO POVO.
NEHEMIAS VALENTIN,
PASTOR PAULO QUEIROZ,
ABEL LOUREIRO,
RILDO PESSOA,
TEREZA COIMBRA,
VANDICK LIMA,
SAHID XERFAN,
MIGUEL RODRIGUES,
MÁRIO CORRÊA,
GERVÁSIO MORGADO,
PROFESSOR LUIZ PEREIRA,
HENRIQUE SOARES,
VANDERLAN QUARESMA,
NONATO FIGUEREDO,
ORLANDO REIS,
ANTONIO VINAGRE,
WALTER ARBAGE,
PIO NETO,
NADIR NEVES e
RAIMUNDO CASTRO.
Senhoras e senhores, são esses que disseram não mais uma vez ao povo pobre e estão contribuindo diretamente para a manutenção da exclusão social no nosso município.
Por isso, é necessário que no próximo pleito eleitoral você DIGA NÃO para eles também e contribuindo diretamente para a exclusão de políticos corruptos do nosso município.

20 de março de 2009

CONVERSA DE POETA


Lira do Amor Romântico Carlos Drummond de Andrade
Atirei um limão n'água
E fiquei vendo na margem
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem
Atirei um limão n'água
E caiu enviesado
Ouvi um peixe dizer
Melhor é o beijo roubado
Atirei um limão n'água
Como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam
Todo amor vive de engano.
Atirei um limão n'água
Como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.
Atirei um limão n'água
Mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram
Quanto dói uma psixão!
Atirei um limão nágua,
Ele afundou um Barquinha.
Não se espantaram os peixes.
Faltava-me o teu carinho.
Atirei um limão nágua,
O rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.
Atirei um limão nágua,
O rio ficou vermelho.
E cada peixinho viu
Meu coração num espelho.
Atirei um limão n'água
Mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
Me lembra o que já sofri.
Atirei um limão n'água
Antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
De amar com falta de jeito.
Atirei um limão n'água
Fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
Da pedra no meu caminho.
Atirei um limão n'água
De tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.
Atirei um limão n'água
Antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
A minh'alma dolorida.
Atirei um limão n'água
Pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
Porque tu me abandonaste.
Atirei um limão n'água
Foi tamanho rebuliço.
Que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.
Atirei um limão n'água
Não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram
Tu me terás esquecido?
Atirei um limão n'água
Caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho.
Fui passado para trás.
Atirei um limão n'água
De clara ficou escura.Até os peixes já sabe:
Você não ama, tortura.
Atirei um limão n'água
E caí n'água também.
Pois os peixes me avisaram
Que lá estava meu bem.
Atirei um limão n'água
Foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.

CONVERSA DE POETA COM CARLOS DRUMOND DE ANDRADE

Sentimento do mundo (Carlos Drummond de Andrade)

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.
Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microscopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer
esse amanhecer mais noite que a noite.

17 de março de 2009

NO CORREDOR DA MORTE.

COLUNA DO ELIAS PINTO (DIÁRIO DO PARÁ, 17-03-2009)

Recebi e dou à divulgação a carta que segue, da leitora Leila Rosa Palheta.
"Caro Elias, no domingo (15/03), precisei dos serviços do Pronto-Socorro da 14 de Março. Minha irmã, infelizmente, caiu da escada, chamou o Samu (192) e eles resolveram levá-la para lá. Isso me deixou muito preocupada. Ao entrar no HPSM, me deparo com várias pessoas em macas espalhadas pelo corredor, que não era mais corredor, era uma enfermaria improvisada, onde homens, mulheres e crianças dividiam o mesmo espaço: uns gemiam, outros gritavam de dor, mães abanando seus filhos, seus maridos, assim como eu estava lá com minha irmã, perdida no meio do sofrimento, da dor, da insensibilidade de alguns funcionários. Após a avaliação médica, fomos encaminhadas para o raio X, outro martírio. Apesar dos problemas, foi a única equipe, naquele plantão, sensível à situação de minha irmã. Ao entrar no setor de raio-X me deparo com infiltrações e baldes pelo chão para aparar a água que teimava em cair do telhado, sem contar que antes ficamos mais de uma hora esperando uma maca que tivesse rodinha para conduzi-la, uma vez que com o impacto da queda ela não podia se locomover. Após discussão com as enfermeiras, o médico do trauma resolveu, ele mesmo, ir atrás de uma maca com rodinhas, já que o maqueiro havia sumido. Esse médico, cujo nome não recordo, também foi muito sensível e atencioso. Tivemos de ficar no HPSM, pois minha irmã havia fraturado a clavícula e sentia tontura. Seria o início de uma noite marcante em nossas vidas. Perguntei ingenuamente ao médico: `Tem leito, doutor?'. Com a calma que é própria daqueles que trabalham na área de saúde, ele disse que não. Deduzi o óbvio, ela ficaria na maca, como tantos outros, tão graves ou mais graves que ela. Fomos para a sala de imobilização. O rapaz que fez a imobilização mal olhou em nossos olhos, era como se ele estivesse com pressa e nós, pacientes, atrapalhando o trabalho dele. E voltamos para o corredor do sofrimento. Como ela não foi medicada, retornei ao médico e solicitei uma medicação. Ele pediu ao enfermeiro para aplicar duas injeções. O enfermeiro, sem nenhuma cerimônia, disse que seriam aplicadas nas nádegas, na frente de homens, de pacientes, de crianças, de funcionários. O constrangimento tomou conta da minha irmã. Para aliviar a situação resolvi, com o lençol, improvisar uma parede, e assim ela tomou as duas injeções, sem nenhum tipo de preocupação por parte do enfermeiro, uma vez que é comum todos ficarem amontoados por lá, sem nenhuma privacidade, mulheres ficam com seus corpos expostos aos olhares de todos, homens ficam nus aos olhares de todos, inclusive das crianças que estão no corredor. Isso é uma das várias irregularidades que os pacientes passam naquele local. Em seguida, com muito esforço, minha irmã voltou à posição normal, deitou com a clavícula fraturada numa maca dura e velha e eu sentei no chão, já que não tinha cadeira para os acompanhantes, e fiquei ali observando a rotina do sofrimento das pessoas que chegavam. Mas o pior ainda estava por vir. A noite chegou e com ela o aumento de pacientes, geralmente, vítimas de roubo, acidente de moto. Já tinha paciente dividindo a mesma maca. No meio da madrugada, caiu uma chuva. Quando me espanto, a água invade o HPSM, que ficou no fundo, com servente de limpeza tentando conter a invasão, baldes espalhados por todo o canto para receber a água do telhado, paredes infiltrando e formando aquele cheiro de mofo que se misturava ao de sangue. Às seis horas da manhã de hoje (16/03) outra chuva, a água entrava sem pedir licença e novamente os incansáveis serventes já estavam limpando, distribuindo baldes por todos os cantos. Passei a noite aqui, desde as 13h de 15/03 até as 8h de 16/03. Presenciei mãe chorando pelos seus filhos, pessoas sangrando, fiquei de cara com a morte, no corredor da morte, presenciei o total descaso com o ser humano, chorei, me revoltei. Todos temos direito à saúde, a atendimento médico digno, mas não foi isso que presenciei. Pessoas ficam amontoadas me cima de macas precárias, enferrujadas, uma grande parte dos profissionais desqualificados, sem nenhuma humanização, em um local sem condições de funcionamento. A falta de gestão é evidente, o prefeito tem sim que ser responsabilizado pelo caos que virou a saúde pública. O sistema de saúde está em coma. Mas também é verdade que grande maioria dos funcionários que ali desenvolve sua atividade é irresponsável e sem condições de atender as pessoas que chegam em busca de socorro. É necessária, sim, uma CPI para apurar as irregularidades, mas também há necessidade de avaliação de cada profissional lotado no PSM da 14 de Março, do porteiro ao diretor. Não se pode permitir que o Pronto-Socorro do município se transforme em necrotério. Leila Rosa Palheta ­ Icoaraci."

10 de março de 2009

A IMPUNIDADE DA VIOLÊNCIA SEXUAL.

Imagine que um operário da construção civil vem abusando sexualmente durante anos de sua filha, a mesma não aguentando mais tanto sofrimento físico e psicológico, resolve denunciar o pai para a mãe. A mãe decide denunciá-lo a policia, logo esse homem é preso e sem julgamento desce direto para à penitenciária e lá começa seu calvário, o início de uma pena, sem contar que esse homem ao chegar na penitenciária, já irá sofrer algumas violências por parte dos demais presos, uma vez que há um código entre os detentos para homens que cometem esse tipo de crime.
Agora vamos ao caso real. Um Deputado é denunciado por abuso sexual de uma menina, que violentada por esse criminoso dos nove aos 13 anos de idade, quando trabalhava na casa do acusado. Não suportando mais a dor física, emocional, os constrangimentos, resolve denunciar o abusador e o que acontece?
Como o acusado é uma personalidade política, o caso corre já algum tempo em segredo de justiça, mas de repente tudo vêm a público e se instala na Assembleia Legislativa do Estado a CPI da Pedofilia, com direito a visita dos senadores que fazem parte também de uma CPI que investiga a Pedofilia no Brasil.
O que se viu então? Diante da imprensa foram surgindo novas denúncias, novos dramas de uma tragédia que, na maioria das vezes, ocorre em quatro paredes. Vitimas desse crime bárbaro deram depoimentos emocionantes, capazes de marcar fundo a alma de quem quer que estivesse no auditório da Assembleia Legislativa. Também veio a público as enormes contradições deputado SEFER, que deixaram firme impressão de que ele é mesmo culpado pelos crimes nos quais ele está sendo indiciado.
O Ministério Público pede diante da constatação da veracidade das denúncias a prisão preventiva deste parlamentar, eleito pelo DEM, mas hoje é desligado deste partido.
Mas amparado pela imunidade parlamentar e impossibilitado de ser preso, ele está amparado pela lei. Claro que é um absurdo essa lei, que beneficia criminosos disfarçados de parlamentares, supostos representantes do Povo.
É um absurdo que temos diariamente de lutar em um sistema tão desigual como o nosso. Ora, se o mandato pertence ao partido, conforme diz a lei, e o mesmo já se desligou do partido, então está sem partido e sem mandato, passando assim a ser uma pessoa qualquer. Certo ou errado? Aqui no Brasil as leis são feitas para as elites, logo para o deputado em questão, com foro privilegiado tudo pode acabar em pizza e o compulsivo sexual, o psicopata estará solto para cometer outros crimes, sobre a proteção da justiça.
Porém, como esse mandato pertence ao povo, cabe ao povo pressionar para que esse cidadão seja julgado e preso. Chega de leis complacentes que só favorecem há um pequeno grupo. O Deputado Luis Sefer é um criminoso e não deve está solto, pois oferece risco para a sociedade.

9 de março de 2009

A DOR DA VIOLÊNCIA SEXUAL.

Escrever sobre violência sexual é muito difícil, só quem já foi vitima dessa violência entende a dor de ser molestada sexualmente, violentada ou qualquer outro nome sinônimo dessa violência.
O mais difícil de tudo é a superação dessa dor, dor fisíca você consegue superar, mais a dor da alma fica registrado em suas entranhas, a cada momento ela sangra, a cada olhar no espelho você chora, o nojo toma conta de você, mãos indecentes exploraram seu corpo, e sua mente nunca esquece, no começo você também acha que provocou como é culturalmente difundido aqui no Pará, que os abusos sexuais acontecem em parte por que as meninas provocam os homens, um verdadeiro absurdo!
Uma menina de nove anos ainda está com o corpo em processo de formação, o corpo ainda é de uma criança, e de repente sua inocência sexual é arrancada, de forma violenta, durante várias vezes, alguns meses ou por anos.
Que justificativa há para um homem que praticou a violência sexual, como pode sentir prazer com uma criança? O que se espera da justiça quando o crime vem a público? Diante de situações como essa é difícil para vitima, sentar na frente de várias pessoas estranhas e dizer, ei, eu fui violentada! de várias formas e durante muito tempo? Violentou meu corpo, minha alma! Ninguém, nem mesmo os Psicólogos, os Assistentes sociais, Senadores, ninguém jamais pode avaliar os danos dessa violência, a dor que fica na alma, a resistência que fica no corpo, as dificuldades na vida adulta, são sequelas para o resto da vida.
Diante de todos esses sofrimentos das vitimas da violência sexual praticados por todos que foram denunciados nessa CPI, sei bem o que elas estão passando, conheço essa dor que nunca passa, mais diante disso essa CPI não pode terminar em samba, ninguém pode ter fórum privilegiado, responder em liberdade por esse crime tão hediondo, pois as vitimas da violência sexual, nunca ficam livres, ficam presas em suas memórias, da exposição pública, do amadurecimento precoce, de seus sonhos de mulher arrancados, lhe roubam a inocência, o sonho da primeira noite de amor, que não é mais a primeira, a primeira foi pesadelo e para acontecer uma noite de amor depois desses atos de violência, é muito difícil, as vezes só com o amadurecimento da idade, de vários casamentos é que conseguimos superar e nos entrega a delicia de amar e ser amada, de ser tornar mulher as vezes aos 30 anos de idade.
Por isso peço pena máxima a todos os que praticaram esses crimes contra nossas crianças, que nunca mais serão a mesma, que não termine como o caso da adolescente que ficou presa com mais de 20 homens em Abaetetuba, foi violentada várias vezes, torturada e os culpados estão solto. Esperamos que se faça justiça.

6 de março de 2009


Mulher da Vida!

Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos. De todos os povos. De todas as latitudes. Ela vem do fundo imemorial das idades e carrega a carga pesada dos mais torpes sinônimos, apelidos e apodos: Mulher da zona, Mulher da rua, Mulher perdida, Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas. Desprotegidas e exploradas. Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito. Necessárias fisiologicamente. Indestrutíveis. Sobreviventes. Possuídas e infamadas sempre por aqueles que um dia as lançaram na vida. Marcadas. Contaminadas, Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste. Nenhum estatuto ou norma as protege. Sobrevivem como erva cativa dos caminhos, pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal gerada nos viveiros da miséria, da pobreza e do abandono, enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa mulher corria perseguida pelos homens que a tinham maculado. Aflita, ouvindo o tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras, ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e lançou o repto milenar: “Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”.
As pedras caíram e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade: “Ninguém te condenou, mulher... nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso do sacrifício e este excedeu àquela. Vilipendiada, esmagada. Possuída e enxovalhada, ela é a muralha que há milênios detém as urgências brutais do homem para que na sociedade possam coexistir a inocência, a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis e sem proteção legal, ela atravessa a vida ultrajada e imprescindível, pisoteada, explorada, nem a sociedade a dispensa nem lhe reconhece direitos nem lhe dá proteção. E quem já alcançou o ideal dessa mulher, que um homem a tome pela mão, a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos. No dia da Grande Justiça do Grande Juiz. Serás remida e lavada de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça a vestirá de branco em novo batismo de purificação. Limpará as máculas de sua vida humilhada e sacrificada para que a Família Humana possa subsistir sempre, estrutura sólida e indestrurível da sociedade, de todos os povos, de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no Reino de Deus”. Evangelho de São Mateus 21, ver.31.

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.
Poemas dos becos de Goiás, Global, 1983 - S.Paulo, Brasil

CONVERSA DE POETA.

Mãe Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos, não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.Nunca será um larpara teu filho.Ele, pequenino, precisa de ti.Não o desligues da tua força maternal.Que pretendes, mulher?Independência, igualdade de condições...Empregos fora do lar?És superior àqueles que procuras imitar.
Tens o dom divino de ser mãe.
Em ti está presente a humanidade.
Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazeres às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. Tumultuada, fingindo ser o que não és. Roendo o teu osso negro da amargura.
Cora Coralina

5 de março de 2009

O CAOS DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE BELÉM.

Com a presença de alguns vereadores da Câmara Municipal de Belém, mais uma pessoa morre na porta do Pronto Socorro da 14. Os Vereadores de Belém resolveram fazer a lição de casa, que há muito tempo está em atraso e foram fazer uma fiscalização da situação real desse Pronto Socorro. Resolveram interagir com a comunidade e cumprir o papel para o qual são eleitos pelo povo e muito bem pagos.
E agora quais as providências a serem tomadas pela Câmara de Vereadores? O povo que é usuário desse sistema há muito tempo vem denunciando a situação de abandono e mau gerenciamento principalmente do Pronto Socorro da 14, também do péssimo atendimento nas unidades básicas de saúde, que se encontram espalhadas nos principais bairros de Belém. Mas quase nada foi feito para resolver essa situação, foi necessário se repetir as mortes em cadeia nacional para que alguns Vereadores viessem fazer uma fiscalização e tomar alguma providência, se tomarem, só acredito vendo, como bem diz São Tomé.
A final, as chagas da saúde pública está expostas nesses quase cinco anos da administração do atual Prefeito e ninguém, absolutamente ninguém toma nenhuma providência.
Está claro que a Prefeitura Municipal de Belém não tem politicas públicas voltadas para área de saúde que possam de fato estar resolvendo essa situação de caos, aliado a isso há um péssimo gerenciamento desse Pronto Socorro em particular, aumentando assim essa situação de desrespeito que a Prefeitura vem tendo com a população. Até onde isso vai parar? O POVO EM DEBATE vai aguardar as cenas dos próximos capítulos dessa novela da vida real, que todos os dias faz vitimas e o vilão da história, está lindo, leve e solto, iguais os vilões de nossas telenovelas.

4 de março de 2009

MAIS UMA GREVE DOS PROFESSORES?

Hoje ao lê o jornal O Liberal, me deparei com uma noticia preocupante, para nós que somos estudante da rede de ensino público do estado ou município ou que temos filhos estudando. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE vai iniciar uma mobilização nacional com indicativo de greve nos meses de Abril e maio, como forma de pressionar Municípios e Estado a cumprirem a Lei nº 11.738/08 que estabeleceu o piso salarial de R$ 950,00, para professores com formação em nível médio e com carga horária de até 40 horas semanais.
Acredito na luta e sei que ela é válida, não só por melhores salários, mais também por condições de trabalho digno, uma boa formação acadêmica e escolas com infra-instrutura adequada a realidade de cada região.
Mais é necessário uma avaliação dos sindicatos de educação, principalmente daqui do Estado o SINTEP, ano passado houve uma greve longa e desgastante tanto para os professores como para os alunos, a Educação do Estado é precária, o calendário educacional nunca é cumprido, alunos principalmente os que estão terminando o ensino médio são principais prejudicados, uma vez que as aulas são corridas e muitas matérias suprimidas, falo por que meus filhos todos estudam em escola pública e muitos alunos não têm condições de pagar um cursinho pré-vestibular.
Acredito que essa mobilização nacional poderia ser através de campanhas, envolvendo alunos, pais e toda a sociedade civil organizada, com ações para que os Estados e Municípios cumpram a Lei em questão, sei que seria uma ação demorada, mais assim pelos menos os alunos seriam menos prejudicados.
Infelizmente espero está errada, ainda não vir o SINTEP chamar uma greve única exclusivamente solicitando melhorias nas escolas, professores capacitados, sempre a questão primeira são melhores salários, que acho correto, uma vez que nossos professores ganham tão pouco e são diariamente desrespeitados pelo Estado e Município.
Mais também quero que os senhores se coloquem no lugar daquela mãe que é doméstica, que mantém seu filho em escola pública, com o objetivo de alcançar um futuro melhor, escola que muitas vezes há péssimos professores, sem condições de receber esses alunos, alunos vindo de lares diferentes, logo com realidades diferentes, professores, alunos e todo o corpo funcional estão todos os dias correndo risco ou para estudar ou para trabalhar nesses estabelecimentos de ensino, mais aquela mãe acredita que seu filho ou filha tem condição de engessar numa Universidade Pública e todos os dias acompanha a vida escolar de seus filhos, sem poder pagar um cursinho, acredita em vocês para prepará-los e de repente deflagram uma greve, como a do ano do passado, onde alunos ficaram meses sem aulas e no retorno as aulas, muitos professores passaram a matéria correndo para cumprir o chamado CALENDÁRIO ESCOLAR.
Alguns professores durante a greve ficaram em suas casas, outros foram às lutas e alunos saíram prejudicados, pois já não tão disputada vagas para as universidades públicas, perderam mais uma vez para alunos mais bem preparados.
Sou favorável a greve, mais também sou mãe, estudante e sei que muitos alunos foram e serão prejudicados pelas greves, que muitas vezes é o único recurso que a classe trabalhadora tem para conseguir salários mais dignos.
É necessário o empenho de todos nós, para que se consiga um mundo melhor.

EXECUÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM.

Há aproximadamente 01 ano, a Policia Civil em conjunto a com a Policia Militar desencadeou uma ação com a denominação NAVALHA NA CARNE, onde desbaratou um grupo de extermínio que agia no Distrito de Icoaraci, mais que já estava começando agir fora da região metropolitana de Belém, matando inclusive em outros municípios.
Foi uma ação com grande repercussão na midia, uma vez que havia inclusive um Juiz envolvido nas execuções, policiais militares e empresários locais de Icoaraci.
Mais ainda hoje as execuções continuam não só em Icoaraci, mais também em toda a região metropolitana, segundo o Jornal Diário do Pará - Caderno Policial - pág 4, de hoje ( 04/03/09). Em menos de 24 horas, seis mortes com características de execução foram registradas na Grande Belém. Está claro que há vários grupos de extermínio na grande Belém, que agem de acordo com a realidade de cada bairro e todos estão ligadas ao narcotráfico e ao crime organizado, que está tomando conta do Estado do Pará, principalmente nas baixadas de nossos bairros e municipios distantes.
Os grupos de extermínio vem se proliferando no Estado, todos os dias através do jornal, há noticias de alguma execução, do Guamá ao Umarizal, casas são invadidas na calada da noite e pessoas são assassinadas.
É necessário um rigor nas investigações, pois pessoas estão sendo mortas, por estarem envolvidas com algum tipo de delito ou por conhecerem alguém envolvidos com drogas.
O POVO EM DEBATE não está defendendo o crime organizado, muito menos aqueles que vivem dos vícios alheios, nossa única preocupação é com VIDA HUMANA que está sendo banalizada, não podemos deixar que nossa cidade fique refém de grupos, de melicias que promovem violência de todas as formas.
Onde a LEI é o CRIME, pessoas envolvidas na prática de extermínio ou pessoas envolvidas o narcotráfico devem ser denunciadas a policia, julgadas e presas em penitenciarias de segurança máxima.
As maiores vitimas dessa violência no futuro, serão nossos jovens, que sem emprego, escola, moradia, acabam nos braços da criminalidade e antes dos 30 anos são executados sumariamente pelo crime organizado.
É necessário um empenho maior do Poder Público para descobrir essa rede de execuções, de combater o narcotráfico, assim como criar Políticas Públicas sérias que possa realizar a inclusão social de fato.

3 de março de 2009

O CANCER DA SAÚDE!

O Sistema de Saúde Pública do Município de Belém entrou em colapso, pouco ou nada está se fazendo para resolver essa situação de caos que está instalado nos prontos socorro e unidades de saúde básica. Falta do profissional de saúde e material para se fazer um simples curativo, o mais grave é a inoperância da Prefeitura em gerenciar o sistema de saúde público, a vida de nossos doentes está nas mãos de um prefeito irresponsável no gerenciamento de recursos públicos, imagine que segundo reportagem do Jornal Diário do Pará, do dia 01/03/09 pg A11, há cerca de 8,2 milhões de reais bloqueados para aplicação na ampliação do Pronto Socorro da 14 de Março, que ainda não foi liberado por falta de documentação, um verdadeiro absurdo, onde está o Conselho Municipal de Saúde que não fiscaliza? Que documentos são esses?
Atitudes como essas mostra o governo que o Povo tem. Mais será que é verdadeiro a famosa frase popular que o povo tem o governo que merece? Pois esse cidadão ficou quatro anos no governo, não fez absolutamente nada para a melhor o estado de saúde dos prontos socorros e unidades de saúde, na sua reeleição encheu a cidade de placas informando obras que até hoje estão parada ou nunca nem começaram, a grande maioria da população resolveu votar nesse cidadão, deu no que deu. Mais quatro anos sem atendimento digno nos prontos socorros e unidades de saúde, sem contar outras situações crônicas que estamos enfrentando. É necessário uma atitude mais enérgica do Ministério Público para se fazer cumprir o que determina a lei e oferecer saúde universal para todos as pessoas. Só não podemos fazer pacto de silêncio diante da gravidade dos casos que aconteceram durante o carnaval, inclusive com vitimas fatais mostradas em rede nacional.

2 de março de 2009

O CARNAVAL DE NEGLIGÊNCIA DA SAÚDE PÚBLICA.

Mais um Carnaval de negligências com a saúde pública no município, dezenas de pessoas exposta ao constrangimento de não serem atendidas e quando atendidas ficam nos corredores em macas, cadeiras, sendo medicado de qualquer jeito, o mesmo enredo de sempre.
Médico que ficam doentes somente no período de feriados prolongados, onde a tendência é crescimento da demanda de serviços e o que vimos nesse carnalval foi esse bloco de irresponsabilidade colocado na rua, onde o povo é que sofre as consequências.
O que mais chama atenção que não é primeira vez que vimos em rede nacional pessoas morrendo por falta de atendimento médico, um total descaso com o cidadão. Segundo a Constituição Federal todos tem direito a saúde, isso não acontece no Estado do Pará, a Terra de Direitos.
O que fazer diante da tantas crises, de quem cobrar? Como resolver essa situação? Uma vez que sempre acontece as mesmas coisas, nos mesmos períodos, pessoas morrendo, hospitais sem médicos, médicos que faltam em seus plantões.
Não cabe o discurso que a saúde pública é de responsabilidade do Município, todos já sabemos disso, mais a quem cabe construir hospitais nos municípios, pois nesse período é grande a demanda de pessoas de todos os municípios de Belém. Como não se consegue atender a demanda de Belém, que é grande, imagine quando há um feriado prolongado, como no Carnaval, onde há um excesso de consumo de álcool, isso acaba proporcionando um aumento no atendimento, como nos municípios não há hospitais especializados, todos descem para a capital com a esperança de serem atendidos.
Chegando aqui se deparam com uma situação de caos, com faltas de médicos, de leitos, de medicações e com um excesso de irresponsabilidade, não só da SESMA/SESPA, como também dos médicos lotados para esses dias e o Sindicato dos Médicos que sempre diz que vai fazer uma sindicância para apurar as responsabilidades e nunca sabemos o resultado dessa sindicância.
Também não podemos esquecer o papel do Conselho Municipal de Saúde, que entre as várias atribuições, está em fiscalizar os serviços de saúde, essas pessoas que ocupam no momento o Conselho e representam a sociedade civil, também devem ser responsabilizados.
A Semana Santa será mais um feriado prolongado e esperamos que até lá os órgãos tanto do Município quando do Estado possam traçar ações conjuntas para acabar com essas cenas lamentáveis que choca o Brasil e deixa de luto toda a sociedade.

ESCLARECIMENTOS.

Pedimos desculpas a todos pela ausencia nesses dias.
Ocorre que devidos as fortes chuvas que ocorreram durante o Carnaval, fiquei sem Internet, problemas da tecnologia, mais retornamos com nosso debate.