9 de março de 2009

A DOR DA VIOLÊNCIA SEXUAL.

Escrever sobre violência sexual é muito difícil, só quem já foi vitima dessa violência entende a dor de ser molestada sexualmente, violentada ou qualquer outro nome sinônimo dessa violência.
O mais difícil de tudo é a superação dessa dor, dor fisíca você consegue superar, mais a dor da alma fica registrado em suas entranhas, a cada momento ela sangra, a cada olhar no espelho você chora, o nojo toma conta de você, mãos indecentes exploraram seu corpo, e sua mente nunca esquece, no começo você também acha que provocou como é culturalmente difundido aqui no Pará, que os abusos sexuais acontecem em parte por que as meninas provocam os homens, um verdadeiro absurdo!
Uma menina de nove anos ainda está com o corpo em processo de formação, o corpo ainda é de uma criança, e de repente sua inocência sexual é arrancada, de forma violenta, durante várias vezes, alguns meses ou por anos.
Que justificativa há para um homem que praticou a violência sexual, como pode sentir prazer com uma criança? O que se espera da justiça quando o crime vem a público? Diante de situações como essa é difícil para vitima, sentar na frente de várias pessoas estranhas e dizer, ei, eu fui violentada! de várias formas e durante muito tempo? Violentou meu corpo, minha alma! Ninguém, nem mesmo os Psicólogos, os Assistentes sociais, Senadores, ninguém jamais pode avaliar os danos dessa violência, a dor que fica na alma, a resistência que fica no corpo, as dificuldades na vida adulta, são sequelas para o resto da vida.
Diante de todos esses sofrimentos das vitimas da violência sexual praticados por todos que foram denunciados nessa CPI, sei bem o que elas estão passando, conheço essa dor que nunca passa, mais diante disso essa CPI não pode terminar em samba, ninguém pode ter fórum privilegiado, responder em liberdade por esse crime tão hediondo, pois as vitimas da violência sexual, nunca ficam livres, ficam presas em suas memórias, da exposição pública, do amadurecimento precoce, de seus sonhos de mulher arrancados, lhe roubam a inocência, o sonho da primeira noite de amor, que não é mais a primeira, a primeira foi pesadelo e para acontecer uma noite de amor depois desses atos de violência, é muito difícil, as vezes só com o amadurecimento da idade, de vários casamentos é que conseguimos superar e nos entrega a delicia de amar e ser amada, de ser tornar mulher as vezes aos 30 anos de idade.
Por isso peço pena máxima a todos os que praticaram esses crimes contra nossas crianças, que nunca mais serão a mesma, que não termine como o caso da adolescente que ficou presa com mais de 20 homens em Abaetetuba, foi violentada várias vezes, torturada e os culpados estão solto. Esperamos que se faça justiça.

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