14 de fevereiro de 2009

CONVERSA DE POETA.

CENA LEGISLATIVA.


Primeiramente, condenou-se a pomba
Por amar uma paz entorpecente
Onde o leão perde a Juba e a hiena os dentes.
Depois, condenou-se no cordeiro
A perigosa dúvida que o anima.
O rio dos lobos corre sempre para cima.
Condenou-se a cigarra, finalmente,
Pelo crime de cantar nas horas vagas
Que a faina das formigas não tem paga.
Consolidada a ordem, festejou-se.
E o leão rugindo, a hiena rindo,
Os trabalhos foram dados por bem findos.
(José Paulo Paes).
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PÉTALAS DE AMOR.

Pétalas de amor que caem de meus olhos...
Hora é lágrima...hora é pétala... hora é sangue!
Meu coração já não aguenta mais,
Ter que dividir lembranças, felicidades, tristezas
e ao mesmo tempo carregar uma enorme dor...

Em uma folha decorada rabisquei sem perceber o desenho do seu rosto
e ao mesmo tempo uma neblina sumindo com a linda paisagem...
Me forçando lembrar o triste dia...
Em que tudo acabou...!
Meu amor foi como pétalas de rosa caindo e se destroçando no chão sem fim!

' A dor de uma lágrima se sente quando ama de verdade.
Se não ama verdadeiramente e apenas se gosta o que sente
é apenas uma falta...!"
( ADRIELE BESSA).
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Negro tu
Nosso encontro
Submissão, Escravidão, Arrogância não ditas (?)
Chibatadas por décadas ressentidas de gerações e gerações
na mesma lida
Liberdade ecoando nos ares
no grito, no canto
do Quilombo de Palmares
sonho rompendo as correntes
sangue correndo nas veias
vida semeando os continentes
ressuscitando os mortos de sua tumba
Sou eu
É você
Somos todos nós
pretos, mulatos
brancos ou pardos
ás vezes somos até bonecos
de piche ou de lata
fazendo insistir
a cor que nos marca
registrando emoções
através das palavras
o algo mais
que levou Ganga Zumba
a romper os grilhões
para ser como eu
"guardião do templo de minha negritude"
o mais-que-imperfeito de ser
de ações contraditórias
do Negro encontro
do Poeta diferente
que hora levanta assumindo o canto
de uma raça:
Eu "apóstolo de minhas próprias verdades".
( Nancy de Azevedo Soares).

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